Alfabetização Midiática: Como diferenciar fatos de opiniões na mídia

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Como diferenciar fatos de opiniões na mídia

Entender as notícias costumava ser mais simples. Os jornais, a rádio e a televisão faziam uma distinção clara entre fatos objetivos, que podiam ser comprovados, e as opiniões compartilhadas por colunistas e produtores. 

Eram usados termos como “Editorial”, “Coluna de Opinião” e “Seção de Comentaristas” para diferenciar o conteúdo de opinião daquilo que era reportagem objetiva.

Como os espaços de opinião eram chamados pela mídia tradicional

Mas, com o passar do tempo, a internet tornou a divisão entre fatos e opiniões na mídia algo nebulosa.

Agora existem fontes infinitas de conteúdo online e o uso de palavras como “editoriais” e “colunas de opinião” vem desaparecendo.

Veja o vídeo abaixo e entenda melhor o tema.

Também não existe nenhum processo de verificação ou autoridade que obrigue alguém a mencionar se o conteúdo publicado online é fato ou opinião.

Vamos deixar algo claro: as opiniões não são algo inerentemente negativo na hora de reportar notícias. Elas podem fornecer um contexto ou uma perspectiva diferente. 

As opiniões podem oferecer perspectiva e contexto a uma notícia

Inclusive, as opiniões tiveram um papel importante na história, por exemplo, quando o âncora Walter Cronkite compartilhou sua visão pessoal sobre a Guerra do Vietnã, em 1968. Obviamente, perspectivas como aquela eram identificadas como opinião.

Mas hoje em dia, parece que estamos perdendo nossa capacidade de detectar material baseado em opinião, quando não é etiquetado dessa forma. 

Infelizmente, alguns criadores de conteúdo estão felizes em tirar vantagem disso. Eles misturam sua opinião com alguns fatos para fazer com que sua perspectiva ganhe uma falsa credibilidade

Isso ajuda a esquentar os ânimos e a fazer com que você reaja ao conteúdo deles.

Neste ponto, você pode estar pensando que você, sim, é capaz de diferenciar fatos e opiniões

Bom, pode ser mais difícil do que parece. Um estudo do Centro de Pesquisa Pew usou cinco afirmações factuais e outras cinco afirmações de opinião e pediu para as pessoas identificarem quais eram quais. 

Entre os 5 mil adultos consultados, apenas 35% identificou corretamente todas as afirmações de opinião, enquanto apenas 26% identificou todas as afirmações factuais

Isso significa que a grande maioria ou entendeu fatos como opiniões ou recebeu as opiniões como fatos. 

A maioria dos entrevistados da pesquisa não soube distinguir fatos de opiniões.

Interpretações errôneas como essas podem facilmente levar à confusão e dificultar uma discussão saudável sobre as notícias. 

O estudo também concluiu que é mais provável que as pessoas vejam uma opinião como um fato, se essa opinião coincide com suas próprias crenças

É mais provável que as pessoas vejam uma opinião como um fato, se essa opinião coincide com suas próprias crenças.

A névoa que existe entre fatos e opiniões provavelmente não vai melhorar no futuro próximo. Então, cabe a nós enxergar a diferença. 

Por exemplo, fique atento a afirmações que parecem baseadas em fatos, mas que, na verdade, favorecem determinada perspectiva.

Entenda o que é pensamento crítico e como ele pode ajudar você a avaliar informações na mídia

E mesmo que sigamos vendo termos como “editorial”, não confie neles para distinguir fatos e opiniões. 

Finalmente, evite novas fontes que preferem ativar sua raiva e fúria do que comunicar notícias objetivamente.

Apesar de ser algo difícil, reconhecer o que são fatos e o que são opiniões na mídia pode ter um impacto enorme na maneira como você vê o mundo. 

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